domingo, 7 de abril de 2013

A FLOR, poema infantil de Afonso Lopes de Almeida


                

                                         A FLOR

                                                      Afonso Lopes de Almeida



Que linda flor! – dizeis – porém
reparai bem:
vede que a sábia Natureza
não lhe deu só beleza,
mas fê-la útil também.

Beleza que é só beleza
embora que nada se iguale,
é coisa fútil…
Pois, com franqueza,
ser belo de nada vale,
se não se é útil.

Leis da vida, leis do amor!
Tudo produz, e o produto
novos produtos adiante,
constante, continuamente!
A flor se transforma em fruto,
o fruto faz-se semente,
volta a semente a ser planta,
torna a planta a abrir-se em flor!

Se tudo é útil no mundo,
e produtivo, fecundo,
nós, por nosso próprio bem,
trabalhemos,
estudemos,
sejamos úteis também!


Em: O mundo da criança, vol. I, Poemas e Rimas, Rio de Janeiro, Editora Delta, s/d

 ——–
Afonso Lopes de Almeida (RJ, RJ, 1888 – RJ, RJ, 1953), poeta, prosador, bacharel em Direito, membro da Academia Carioca de Letras. Filho da escritora brasileira Julia Lopes de Almeida.
Obras:  
A Árvore, 1916  
A Neve ao Sol: viagem lírica pelos cinco continentes   
Evangelho da Bondade e Outros Poemas, 1921  
Mãe, 1945  
Através da Europa, no Ano Primeiro da Era, 1923  
O Gênio Rebelado,1923  

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